Numa mensagem vídeo publicada nas redes sociais, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky disse que o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, “já está em discussões” com os parceiros de Kiev sobre novos sistemas de defesa aérea, sobretudo aqueles que “podem proteger vidas face a novos riscos”.
Na mesma mensagem, o líder ucraniano considerou que a Rússia estava a ridicularizar os apelos de contenção do seu aliado chinês ao disparar o míssil experimental de nova geração na quinta-feira contra a região central de Dnipro.
“Da parte da Rússia, isto ridiculariza a posição de estados como a China, dos estados do ‘sul global’, de certos líderes que apelam sempre para a contenção”, comentou.
O líder do Kremlin, Vladimir Putin, afirmou, num breve discurso à nação, que o ataque foi uma “resposta ao uso de armas de longo alcance americanas e britânicas” pelas forças ucranianas em solo russo, advertindo que “não há forma de combater” o novo armamento de Moscovo.
A “lista de desejos” de Zelensky
Ainda na sexta-feira (22.11), Putin ordenou a produção em massa e a continuação dos testes de combate do novo míssil balístico hipersónico Orechnik.
Armas nucleares são “uma opção extrema”
Em declarações à imprensa, o ex-Presidente russo, Dmitri Medvedev, disse hoje que poderia terminar sem mais perdas humanas se a NATO parasse de alimentar o conflito.
“Se o bloco da NATO tomar uma posição realista, se deixar de atiçar as chamas da guerra na Ucrânia, este conflito pode terminar sem custos para a humanidade, pelo menos sem novos custos”, disse Medvedev à televisão Al Arabiya, citado pela agência oficial TASS.
O vice-chefe do Conselho de Segurança russo reafirmou que Moscovo não pretende utilizar armas nucleares, que considerou tratar-se de “uma opção extrema”.
“A decisão, como é óbvio, é tomada pelo comandante supremo, ou seja, o Presidente do país. Os riscos são elevados, mas isso não significa que esses riscos sejam irreversíveis”, afirmou Medvedev.
A NATO já rejeitou qualquer alteração ao apoio que tem prestado à Ucrânia na sequência do recente lançamento de um míssil de médio alcance experimental por parte da Rússia.
“A Rússia lançou um míssil balístico de médio alcance experimental contra a Ucrânia. A Rússia quer aterrorizar a população da Ucrânia e intimidar os que apoiam o país na sua defesa contra a agressão russa ilegal e iniciada de forma gratuita”, disse à Lusa a porta-voz da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Farah Dakhlallah.