O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, sublinhou a importância da “equidade e da justiça” em matéria de direitos humanos, num discurso proferido na ONU, reafirmando a posição da China nesta questão.
“Devemos insistir na equidade e na justiça, e considerar o direito à subsistência e ao desenvolvimento como direitos humanos fundamentais“, disse Wang, na segunda-feira, durante uma reunião de alto nível da 58ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU.
Ele rejeitou a existência de “padrões duplos ou múltiplos” nesta matéria.
O chefe da diplomacia chinesa sublinhou que os direitos humanos não devem ser utilizados como um “instrumento de pressão ou de imposição de modelos estrangeiros” e apelou ao diálogo e à aprendizagem mútua entre as nações.
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“Devemos rejeitar firmemente qualquer ação ou retórica que procure impor os nossos próprios modelos a outros países ou politizar os direitos humanos”, acrescentou.
Pequim defende o que diz ser direitos humanos “centrados nas pessoas”, com base na estabilidade e no desenvolvimento económico. O país asiático rejeita críticas ao seu historial em matéria de direitos humanos como tentativas de interferir nos seus assuntos internos.
Organizações de defesa dos direitos humanos como a Amnistia Internacional e o Observatório dos Direitos Humanos denunciam o que consideram ser uma “repressão sistemática” das minorias étnicas em Xinjiang e no Tibete, regiões do noroeste da China, bem como restrições à liberdade de expressão e a perseguição de ativistas em todo o país.
As potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, criticam a China pelo que descrevem como o genocídio e detenção em massa em campos de reeducação de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur em Xinjiang, a vigilância rigorosa de dissidentes e a repressão das manifestações em Hong Kong após a imposição da lei de segurança nacional em 2019.
Pequim diz que estas acusações visam prejudicar a sua imagem, alegando que as medidas contribuíram para a estabilidade e a segurança do país.
Durante a Revisão Periódica Universal de 2024 sobre Direitos Humanos, que não se realizava na China desde 2018, fontes disseram que o país asiático pressionou vários países, especialmente as nações em desenvolvimento, a elogiar o seu registo de direitos humanos ou a fazer recomendações suficientemente vagas para que Pequim as aceitasse facilmente.