O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou a ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras aos produtos provenientes do Canadá, do México e da China.
A assinatura, que oficializa a decisão já anunciada, ocorreu neste sábado (01.02) na residência particular de Trump em Mar-a-Largo, na Flórida, e determina a imposição de tarifas de 10% à China, de 25% ao México e de 25% ao Canadá, exceto no petróleo canadense, que terá tarifa de 10%.
“Haverá sofrimento? Sim, talvez (e talvez não). Mas vamos tornar a América grande de novo, e tudo valerá a pena”, escreveu Donald Trump, em letras maiúsculas, em seu perfil na rede social que fundou, a Truth Social, citado pela agência de notícias AFP.
A ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras entra em vigor a partir de terça-feira, dando início ao que foi encarado como uma “guerra comercial” pelo Canadá.
De acordo com a Casa Branca, a ordem também inclui um mecanismo para aumentar as taxas aduaneiras em caso de retaliação destes países – os três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos e que no total representam mais de 40% das importações do país.
Trump tinha vindo a ameaçar a imposição de tarifas para garantir uma maior cooperação dos países para impedir a imigração ilegal e o contrabando de produtos químicos usados para fazer fentanil, um poderoso opiáceo que está a causar estragos nos Estados Unidos.
China e México prometem retaliar
A Presidente do México, Claudia Sheinbaum, ordenou a imposição de taxas aduaneiras aos produtos vindos dos Estados Unidos, em retaliação pelas tarifas de 25% anunciadas por Donald Trump.
Sheinbaum disse que instruiu o secretário da Economia, Marcelo Ebrard Casaubon, para implementar uma resposta que inclua tarifas de retaliação e outras medidas em defesa dos interesses do México.
“Rejeitamos categoricamente a calúnia da Casa Branca de que o governo mexicano tem alianças com organizações criminosas, bem como qualquer intenção de interferir em nosso território”, escreveu a chefe de Estado, em publicação na rede social X.
Também a China prometeu retaliar contra as novas tarifas dos Estados Unidos sobre os produtos chineses e reafirmou que as guerras comerciais “não têm vencedores”.
O comércio entre os Estados Unidos e a China representou cerca de 500 bilhões de euros nos primeiros 11 meses de 2024, mas o balanço é amplamente desfavorável aos Estados Unidos, com um déficit de cerca de 260 bilhões de euros, segundo dados de Washington .
“A China está fortemente insatisfeita e firmemente contra” as tarifas, disse o Ministério do Comércio chinês, em comunicado, anunciando “medidas correspondentes para proteger resolutamente os direitos e interesses” chineses.
“Não há vencedores em uma guerra comercial ou tarifária”, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês em outro comunicado.
Pequim anunciou que vai apresentar uma queixa contra Washington à Organização Mundial do Comércio (OMC) pelo que chamou de “imposição unilateral de taxas alfandegárias em grave violação das regras da OMC”.
Canadá “preparado” para responder às taxas aduaneiras
Por seu lado, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, afirmou que “o Canadá está preparado” para responder às taxas aduaneiras de 25% impostas pelos Estados Unidos.
Em mensagem publicada na rede social X, Trudeau também disse que se reunirá com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, para discutir a situação juntos.
Trudeau anunciou que se irá dirigir publicamente aos canadianos após as conversações com Sheinbaum, uma aproximação que ocorre após um encontro entre o primeiro-ministro com o seu executivo.
O chefe do Governo do Canadá tinha anteriormente prometido uma resposta determinada e enérgica, mas razoável à imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos.