Qualificando-se como um “militante livre” do PSD, Angêlo Correia, 79 anos, ministro da Administração Interna entre 1981 e 1983 (sendo Balsemão o primeiro-ministro), declarou esta terça-feira à noite na SIC-Notícias que vai apoiar “convictamente” a candidatura presidencial do almirante Gouveia e Melo.
“Eu não quero candidatos partidários“, justificou, argumentando ainda com o facto de “há muitos anos” conhecer pessoalmente o ex-chefe da Armada.
Segundo afirmou, numa “sociedade de medos” esta é a candidatura que dá “confiança” ao país para fazer o “combate a esses medos”. “Confiança, esperança, inclusão”, disse, serão os valores que Gouveia e Melo irá inspirar numa campanha onde também se aplicará a “promover empatia” e o “afecto”.
Em sua opinião, “o almirante não se vai centrar nos aparelhos partidários, vai centrar-se no povo“, sendo que “o país já percebeu que é um líder” – “mas um líder que não manda só, um líder que também irá criar poderes compartilhados“.
Mentor, em tempos, de candidaturas à liderança do PSD como as de Luís Filipe Menezes e de Pedro Passos Coelho, Ângelo Correia defendeu também que a candidatura do almirante se impõe porque o país se “cansou” e “está magoado com os partidos”. Daí que não defenda candidatos como Luís Marques Mendes, apesar das suas “qualidades humanas”, que salientou.
Afirmando a referida oposição às candidaturas partidárias, o ex-MAI elogiou, no entanto, André Ventura por dar a cara por uma candidatura presidencial já que o faz enquanto líder do seu partido – “um facto positivo”, afirmou. De resto, salientou mesmo que o líder do Chega “contribui para a democracia” pela forma como usa a liberdade de expressão (“ocupa a contestação”).
Neste contexto defendeu que o líder do PS, Pedro Nuno Santos, deveria ser candidato presidencial: “Devia avançar”. Sobre Vitorino disse que é uma “figura intelectualmente brilhante” e quanto a Seguro definiu como alguém “sério e honesto” que o PS “maltratou”.
Ângelo Correia afirmou ainda que Gouveia e Melo se apresentará oficialmente como candidato na Primavera, estando agora a fazer uma “transição” que é “difícil” e exige tempo: da farda militar para a farda civil.