São-Tomé, 30 Dez. 2024 ( STP-Press ) – O Governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe, BCSTP, Américo Ramos hoje no tradicional discurso-balanço do fim do ano declarou que “o ano que agora finda [2024] foi, sem dúvidas, de muitos desafios, mas termina com abertura de uma perspectiva mais positiva” para 2025.
Américo Ramos sublinhou que “apesar de se antever um crescimento económico abaixo de 1% para 2024, esperar-se uma aceleração gradual que atingirá 3,1% no final de 2025 e 4,8% em 2026”.
O governador do BCSTP explicou que “ao mesmo tempo, é esperada a estabilização dos preços ao longo dos próximos anos, estimando-se uma redução da inflação para 10,9% em 2024 e a manutenção de um nível de 5% a médio prazo”.
Tendo declarado que o novo acordo com FMI “abre expectativas francamente mais optimistas para 2025 e anos subsequentes”, Américo Ramos acrescenta que este novo pacto “assenta num ambicioso programa de reformas para restaura a estabilidade macroeconómica e em paralelo, estabelece as bases para uma recuperação económica mais célere, solida e inclusiva”.
Ramos defendeu que “o processo de transformação estrutural em curso assenta em reformas no sector energético com impacto no curto prazo, além de reformas estruturais de médio prazo para permitir uma transição para a energia verde, que não só permite libertar o potencial de crescimento sem gerar desequilíbrios fiscais, mas de igual forma assegurar uma menor exposição das reservas internacionais liquidas as flutuações dos preços internacionais do crude bem como a necessidade de importação de hidrocarbonetos”.
O governador disse que “paralelamente, continuamos com o processo de modernização do sistema financeiro nacional, tanto no que diz respeito ao desenvolvimento de novos produtos financeiros e a introdução de mecanismos inovadores ao nível dos sistemas de pagamento”.
Américo Ramos explicou que “estes novos instrumentos contribuirão para melhorar os parâmetros de solidez do sistema, que actualmente, apesar das dificuldades que a economia apresenta, têm-se mantido confortáveis e acima dos níveis exigidos, destacando-se, o rácio de liquidez que se situa acima de 65% quando o mínimo regulamentar é 20%, o rácio de solvabilidade de 34% quando o mínimo regulamentar é 12%”.
Ramos acrescentou que “tornou-se urgente e imperiosa a alteração do quadro regulamentar, a adoção de medidas para permitir a reestruturação do mercado nacional, assegurando que as contrapartidas financeiras das trocas com exterior estejam plenamente refletidas no sistema financeiro local e desta forma garantir que esta riqueza criada em território nacional circule na nossa economia e promova o crescimento económico”.
Além dos desafios inerentes à necessidades de reposição das reservas externas em níveis recomendados, o governador falou ainda da “preparação para realização em 2025 do segundo inquérito à inclusão financeira” que para o qual solicitou desde já “a colaboração e participação de todos”.
Fim/RN