Os seguros obrigatórios desempenham um papel crucial na protecção financeira e promoção de estabilidade de uma economia. Nos últimos tempos muitos têm sido os debates sobre o papel dos seguros obrigatórios na sociedade, surgindo posições controversas entre a adequabilidade dos existentes ou necessidade de novos. Para se falar em seguros, e em particular nos obrigatórios, não nos podemos esquecer que estes têm de ser enquadrados com as condições económicas de cada população e devem dar resposta específica aos riscos a que a mesma se encontra exposta.
Focando-nos no mercado angolano, actualmente já existem cerca de 30 seguros obrigatórios, sendo os mais conhecidos os de Responsabilidade Civil Automóvel, Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais e Aviação. Ao analisarmos alguns indicadores, a aplicação destes seguros obrigatórios deixa algumas questões a nível de efectividade: apenas 18% dos veículos em circulação têm seguro; no que concerne ao seguro de Acidentes de Trabalho, este é impactado pelo indicador reduzido de trabalho formal (20%).
Nesta reflexão é também importante considerar a instabilidade económica de Angola, tendo sido o ano transacto marcado pela quebra do sector petrolífero, taxas de inflação elevadas e, consequentemente, a depreciação da moeda. Mesmo neste contexto, o mercado segurador apresentou-se resiliente, registando um aumento de 21,4%. Se por um lado é nestes cenários de incertezas macroeconómicas que o papel dos seguros é ainda mais relevante, por outro Angola ainda apresenta uma taxa de penetração global do sector segurador abaixo de 1%, regista 0,6% comparativamente com 1,6% em Moçambique, 1,8% no continente africano e de 6,7% a nível mundial.
Sendo a taxa de penetração um indicador que revela um nível de economia mais seguro e resiliente, o mercado angolano apresenta um enorme potencial de crescimento neste sector. Alguns motivos apontados para taxas de penetração baixas e efectividade reduzida dos seguros obrigatórios são a falta de literacia da população, a reduzida capacidade de compra, a falta de fiscalização e a necessidade da melhoria da qualidade de serviço.
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