Em 1982, Manuel Galrinho era uma espécie de celebridade em Portugal graças ao tempo recorde de 25,8 segundos em que resolvia o recém-inventado cubo de Rubik, também conhecido como cubo mágico. Depois de ser coroado campeão nacional numa competição transmitida na televisão, tornou-se num rosto conhecido do grande público. Na rua, uns pediam-lhe que autografasse os cubos que tinham. Outros cantavam “O Rapaz do Cubo Mágico”, tema de Lara Li que passava repetidamente na rádio, quando o viam passar. No restaurante, a sobremesa era-lhe oferecida se conseguisse fazer o cubo no momento.
Então com 23 anos, vira o colorido objeto pela primeira vez meio ano antes, durante umas férias no Algarve, nas mãos de um grupo de rapazes alemães. Intrigado, decidiu procurar um igual quando regressou a casa, em Setúbal. “Penso que já se vendiam em Portugal, mas não encontrei nenhum”, recorda ao telefone com o Expresso. “Tive de pedir ao meu pai, que vivia na Alemanha, e a uma amiga que tinha na Bélgica, que me mandassem um.”