O candidato da RENAMO a governador da Zambézia, Manuel de Araújo, considera que as eleições gerais em Moçambique “não estão a ser nem livres nem transparentes e muito menos credíveis”.
Para além de “erros” no processo de recenseamento eleitoral e durante a caça ao voto, Araújo apontou várias irregularidades que decorreram no dia do voto.
“Está mais que provado que há um circuito paralelo de boletins de voto. Nós, em Quelimane, temos em nosso poder 117 votos originais que foram descobertos em armazéns do STAE. A pergunta é: como é que há boletins oficiais fora do circuito normal?”, dá conta o também edil de Quelimane, que acrescenta que “também foram encontrados vários cidadãos, todos da FRELIMO, com boletins extra”.
Manuel de Araújo exige, por isso, “que a PGR instaure um inquérito e que seja criada uma comissão independente para averiguar as falhas que existem neste processo”.
Eleitores sem votar
O candidato da RENAMO a governador da Zambézia denuncia ainda que, em Quelimane, na Escola Secundária Filipe Nyusi, “mais de 500 pessoas não puderam exercer o seu direito de voto, apesar de terem exibido os cartões de votação. O que é que aconteceu? Ninguém nos explica. Porque é que os nomes daquelas pessoas não estavam lá?”.
Araújo diz ainda que concorda com a repetição da votação nos distritos do Gilé e Maganja da Costa, mas questiona: “Por que é que há um repetição porque há cerca de 5 mil pessoas que não votaram, quando há mais de 10 mil pessoas que não votaram porque os seus nomes não estavam lá? Por que é que uns moçambicanos têm mais direito que os outros?”.
“Em Moçambique, a soberania não reside no povo, reside no STAE. A soberania reside na FRELIMO e isso é grave. Eu prefiro que voltemos ao monopartidarismo, onde as regras são claras e não nos enganem, nem enganemos ao mundo, dizendo que em Moçambique há democracia. Isto não são eleições, não é democracia”.