O Presidente da Alemanha manifestou hoje, em Luanda, disponibilidade para apoiar Angola na formação de mão-de-obra qualificada, objectivo que o Presidente angolano, João Lourenço, considerou importante para melhorar a criação de emprego no país.
Falando aos jornalistas após o encontro com o seu homólogo angolano, general João Lourenço, o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, abordou o tema da formação e do emprego sublinhando a necessidade de projectos que criem postos de trabalho e tragam formação e conhecimento em prol do desenvolvimento de Angola.
“Esperamos que haja mais empresas alemãs interessadas em investir em Angola, que criem postos de trabalho e tragam formação e conhecimento”, disse o chefe de Estado alemão, acrescentando que, embora Angola não seja neste momento prioritária na cooperação de mão-de-obra qualificada para emigrar para a Alemanha, os “desejos formulados em Angola serão levados a Berlim para avaliar até que ponto poderão ser apoiados”.
João Lourenço saudou a iniciativa, defendendo que a cooperação bilateral “deve traduzir-se em oportunidades para os jovens”.
“Quanto maior for o nível da cooperação, maior será também a oferta de trabalho para os nossos jovens. Muito importante é a formação técnico-profissional, para que a nossa juventude esteja mais capacitada para as ofertas de emprego”, afirmou.
O chefe de Estado alemão, que chegou a Luanda na noite de terça-feira, cumpriu o primeiro dia da visita oficial – a primeira de um Presidente alemão a Angola. Foi recebido com honras militares no Palácio Presidencial, depois de depositar uma coroa de flores no sarcófago de António Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola.
Durante a visita, os governos dos dois países assinaram um contrato com a companhia aérea Lufthansa para a reestruturação da transportadora angolana TAAG e um memorando de entendimento para a implementação de um polo de agro-desenvolvimento industrial em Angola.
Steinmeier felicitou João Lourenço pelo aniversário da independência de Angola e reafirmou “a vontade de aprofundar as relações bilaterais” e intensificar o intercâmbio, realçando que os dois países têm uma parceria “sólida e de longa data”
O Presidente alemão, que veio acompanhado de uma delegação de empresários, destacou que os acordos assinados mostram que “existem empresas alemãs interessadas nos desenvolvimentos que estão a ter lugar em Angola”, referindo-se em particular (obviamente) ao Corredor do Lobito.
“Vamos amanhã apanhar o comboio e percorrer alguns quilómetros desse megaprojecto que liga a costa do Atlântico ao interior, e também às economias da Zâmbia e do Congo (República Democrática), onde as empresas alemãs marcam presença”, disse Steinmeier.
O Presidente alemão elogiou também o papel de Angola na África Austral, afirmando que “o Presidente João Lourenço e o seu país são actores indispensáveis na integração política e na promoção da paz e segurança na região”.
Destacou ainda o “trabalho de liderança diplomática e política” de Angola “na tentativa de resolver conflitos”, reconhecendo o papel de João Lourenço como Presidente em exercício da União Africana.
Steinmeier afirmou que Alemanha e Angola “estão interessadas numa ordem internacional baseada em regras, que hoje está sob ameaça”, e defendeu a reforma das Nações Unidas e do Conselho de Segurança, manifestando apoio à inclusão de países africanos como membros permanentes e não permanentes.
Quanto a novos financiamentos, o Presidente alemão esclareceu que “não foi abordado o tema das linhas de crédito”, mas sim “projectos específicos que sofreram aumento de preço desde a fase inicial dos contratos” e estão a ser renegociados, assegurando que “estão no bom caminho para chegar a um acordo”.
O reforço das relações de amizade e cooperação entre Angola e a Alemanha está no centro da agenda do Presidente alemão, que inclui encontros com diferentes departamentos ministeriais e visitas a instituições e projectos de cooperação em curso, bem como uma deslocação à província do Huambo.
Segundo uma nota do Ministério das Relações Exteriores, os dois países têm projectos nas áreas da construção de infra-estruturas para a produção de energia eléctrica, indústria farmacêutica e construção e gestão hospitalar.
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