Em declarações à agência Lusa, à margem dos cumprimentos de Ano Novo que hoje apresentou a elementos do corpo diplomático e outras individualidades, o líder do maior partido da oposição angolana assinalou que a UNITA e os outros partidos sempre disseram que são os congressos que vão definir as estratégias para 2027 (ano eleitoral).
“Não devemos antecipar aquilo que é uma decisão autónoma dos membros em fase de congresso”, disse Adalberto Júnior, acrescentando que a opção feita em 2022, que trouxe a formatação de um grupo parlamentar plural, foi “excecionalmente ganhadora” e obteve um resultado histórico.
Abel Chivukuvuku, coordenador geral do PRA-JA Servir Angola, um dos partidos que integra a FPU, a par do Bloco Democrático, tem defendido que a plataforma da oposição se deve apresentar como coligação nas próximas eleições.
Sete deputados do PRA JA com funções de direção deixaram a bancada parlamentar da UNITA em meados de janeiro, após o partido ser legalizado, e Chivukuvuku disse, na altura, que a Frente Patriótica não poderia ser “só uma ideia” e deveria converter-se em coligação formal.
A oposição angolana precisa de um Mondlane?
Adalberto da Costa Júnior realçou, por seu lado, que a FPU e a própria UNITA estão a ser alvo de uma campanha e de notícias que servem para “criar alguma confusão”.
“As nossas leis permitem golpes institucionais por si só. Em Angola, é possível ser Presidente da República sem ter maioria parlamentar. Isto é um fenómeno de grande risco que nós gostaríamos de ter corrigido através da iniciativa legislativa que estamos a levar à Assembleia Nacional”, frisou, insistindo que “o congresso vai responder” sobre o futuro da UNITA.
“Enquanto não o fizer, nós temos a Frente Patriótica Unida e vamos manter este princípio”, acrescentou.
O dirigente indicou que o congresso vai realizar-se no final do ano, sem querer revelar se será novamente candidato à liderança do partido.