O governador provincial de Malanje, Marcos Alexandre Nhunga, que falava ontem no acto de empossamentos de administradores e directores de gabinete provinciais, apelou aos recém-nomeados a tirarem da cabeça a velha frase “chegou a minha vez” de resolver a vida com o desvio do erário, porque, segundo o governante, os escassos recursos que tem vindo a receber têm sido direccionados para a resolução dos problemas do povo malanjino.
Por Berlantino Dário
“Tirem da cabeça – chegou a minha vez. Sei que vão escrever muito, mas não vou me importar muito, não vou perder o foco porque vocês sabem a condição financeira do país. Os poucos recursos que temos vindo a receber é para direccioná-los para a resolução dos problemas do povo. Quem pensar que eu agora vou resolver a minha vida, só se nós não dermos conta. Mas, se dermos conta, da mesma maneira que está a tomar posse, também há-de sair. Porque queremos mudar a vida das nossas populações na província de Malanje,” afirmou Marcos Alexandre Nhunga.
Marcos Nhunga lamentou igualmente as supostas calúnias e difamações postas a circular nas redes sociais, aquando da rescisão de contratos com empresas que tinham obras paralisadas, segundo as quais, o governo provincial está apenas focado nos serviços de iluminação pública, jardinagem e saneamento básico. O governante disse não corresponder com a verdade porque vêm sendo executados vários projectos como de agricultura familiar, combate aos focos de lixo e construção de sistema de água potável e reafirmou a intenção de o governo rescindir os contractos de várias obras na província, sobretudo, do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios, vulgo (PIIM).
“Nós, agora no fim do ano, quando anunciamos a rescisão do contracto com as empresas que têm obras paralisadas aqui, a nível da nossa província, surgiram uma série de comentários de pessoas que escrevem difamando calúnias no sentido de tentarem desvirtuar o nosso foco de comentários como por exemplo – dizem que o governo de Malanje só está mais virado para a iluminação do município sede e das sedes municipais; o problema do saneamento básico e jardinagem, não,” referiu.
“Isto é muito importante, extremamente importante, principalmente nessa altura que estamos com a enfermidade do problema da cólera. Mas nós não estamos só virados para o problema da iluminação, para jardinagem, para o saneamento básico. Temos que estar virados para outras coisas, porque, na verdade, engana-se quem diz que nós só estamos virados para isto”, esclareceu.
O número um da terra da Palanca Negra, símbolo da fauna angolano, apelou aos novos dirigentes a não priorizarem o nepotismo nomeando amigos, parentes ou até mesmo familiares para cargos de adjuntos que não seja pela via da competência. Salientou, por outro lado, estar confiante com a indicação dos novos dirigentes e assegurou a realização periódica de actos de fiscalização dos novos municípios.
“Nunca põem adjuntos porque é seu amigo, porque é seu familiar, porque é seu parente. O único indicador que temos para indicarmos alguém é competência. Temos a plena confiança nos administradores e directores que vamos todos nos engajar e nós vamos fazer o acompanhamento permanente,” referiu.
Entretanto, dos empossados, destaca-se 11 dos 13 administradores dos novos municípios e directores dos gabinetes provinciais dos Transportes, Tráfego e Mobilidade Urbana; da Cultura e Turismo, da Juventude e Desportos bem como dois assessores do governador provincial e dois chefes do departamento do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística do governo de Malanje.