Donald Trump anunciou esta noite que Israel e o Hamas chegaram a acordo e aprovaram a primeira fase de um plano de paz para Gaza.
“Tenho muito orgulho em anunciar que Israel e o Hamas assinaram a primeira fase do nosso Plano de Paz”, escreveu na sua rede social , Truth Social. “Isto significa que TODOS os reféns serão libertados em breve e Israel retirará as suas tropas para uma linha acordada, como os primeiros passos para uma paz forte, duradoura e duradoura”, acrescentou.
Donald Trump garantiu que “todas as partes serão tratadas de forma justa”, saudando a notícia como “um GRANDE Dia para o Mundo Árabe e Muçulmano, Israel, todas as nações vizinhas e os Estados Unidos da América”.
Também o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, confirmou o entendimento alcançado: “Com a ajuda de Deus, vamos trazê-los para casa”, disse, citado pelo The Guardian.
Netanyahu, que convocará o governo israelita amanhã para aprovar o acordo de paz, agradeceu “do fundo do coração ao Presidente Trump e à sua equipa pelo seu empenho nesta missão sagrada de libertar os nossos reféns”.
Um reconhecimento que estendeu a Jared Kushner e Steve Witkoff – respetivamente o genro do Presidente e o enviado de Trump para o Médio Oriente – pela sua participação nas negociações em Sharm el-Sheikh.
Na primeira fase acordada, o Hamas deverá libertar 20 reféns vivos, adiantou uma fonte palestiniana próxima das negociações, citada pela agência France-Presse. Quanto ao dia em que acontecerá, diferentes fontes apontam para este fim de semana.
Várias declarações de otimismo ao longo do dia
Antes da partilha feita pelo Presidente norte-americano, o acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza foi avançado pelo Al-Mayadeen, canal de televisão afiliado aos militantes xiitas do Hezbollah. O canal, citado pelo Times of Israel, citava por sua vez fontes da “resistência palestiniana”, adiantando que o acordo será assinado esta quinta-feira no Egito.
Várias declarações de otimismo foram sendo avançadas nas últimas horas. Trump começou por adiantar que pode visitar o Médio Oriente no final da semana, considerando estar “muito próximo” o entendimento entre o Hamas e Israel.
“Talvez vá lá no final da semana, talvez no domingo, na verdade. Vamos ver, mas há uma boa hipótese de que isso aconteça. As negociações estão a progredir muito bem”, disse, ao início da noite.
“Se um acordo for alcançado hoje, será declarado um cessar-fogo”, disse Hakan Fidan, numa conferência de imprensa em Ancara, ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Asaad al-Shibani.
Delegações de Israel e do Hamas estão no Egito desde segunda-feira, para negociar, com mediadores egípcios, cataris e norte-americanos, os detalhes da implementação do plano de paz de 20 pontos elaborado por Trump para pôr fim à guerra em Gaza.
Os primeiros pontos do plano incluem o fim da ofensiva israelita em Gaza e a libertação, no prazo de 72 horas, de todos os reféns do Hamas, vivos e mortos.
O plano de Trump inclui ainda o desarmamento do Hamas, a retirada de Israel do enclave, a formação de um governo de transição na Faixa de Gaza e, a longo prazo, eventuais negociações para a criação de um Estado palestiniano — uma opção, no entanto, que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afastou.
O Hamas disse concordar com alguns dos pontos e que queria negociar outros, e anunciou que já trocou com Israel listas de detidos a libertar.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi iniciada quando o grupo islamita radical Hamas, que controla este território palestiniano, atacou solo israelita, a 7 de outubro de 2023, provocando 1.200 mortos e fazendo 251 reféns.
A retaliação de Israel já fez mais de 67 mil mortos entre os palestinianos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.